terça-feira, 30 de março de 2010

Os tapetes de Penélope

Eu ando muito desanimada com meus WIPs ultimamente. Parece que só escolho coisas infinitamente grandes pra fazer, e não ter nada pronto pra escrever ou usar é frustrante. É como o tapete de Penélope - que decidiu fazer um tapete no qual trabalhava durante o dia e desmanchava durante a noite para enrolar os pretendentes que apareceram depois que seu marido, Ulisses, partiu para a Odisséia. Esse Jardim é um poço de cultura, hein? ;-)

Enfim, a diferença aqui é que Penélope QUERIA que seu tapete nunca ficasse pronto, e esse definitivamente não é meu caso! Por isso, vou começar uma série de posts em que faço o inventário de tudo que tenho aqui começado e tentar identificar por que as coisas não acabam. E tentar fazer um plano pra que esses projetos sejam concluídos!

Vou pedir a paciência de vocês, talvez os próximos posts não sejam interessantes do seu ponto de vista... mas sinto que é algo que preciso fazer. Se eu tiver uma visão melhor do que está segurando cada um desses projetos, talvez consiga terminá-los!

domingo, 28 de março de 2010

Por que eu amo a Amazon

Alguns dias atrás, depois de uma longa espera, fui surpreendida por um enorme pacote que chegou por via aérea dos Estados Unidos. Uma dança feliz, vários gritinhos e uma tesoura depois, encontrei meu pedido da Amazon!

Pedidos internacionais costumam demorar bastante pra chegar - a não ser que você seja podre de rico e, aí, pra que pedir pela internet? Vá até lá comprar! Enfim, fiz o pedido uns dois meses atrás, e um dos livros que pedi - Mary Thomas's Dictionary of Embroidery Stitches - esgotou depois que confirmei a compra.

A Amazon me avisou um tempo depois da indisponibilidade (e veja só, o livro está novamente em catálogo...) e por eu ter perguntado se eles poderiam incluir no pedido o volume de um dos vendedores associados - o que eles não poderiam fazer - me deram um crédito sem prazo de validade de 5 dólares.

Todo aquele tempo depois, quando meu pacote chegou, veja só o que tinha nele:


Comecei a ler Crazy Quilting - The Complete Guide, de J. Marsha Michler, imediatamente! O livro é pequeno e tem espiral, protegido por capa dura. Isso faz com que seja muito fácil de levá-lo na bolsa, ele fica aberto sobre a mesa enquanto você lê, e não vai amassar facilmente (para uma louca por livros, como eu, isso é imprescindível!). O conteúdo é maravilhoso! Há inúmeras formas de se fazer um crazy quilt, todas minuciosamente explicadas, alguns projetos para inspiração e diversos passo-a-passos que ensinam pontos de bordado, como usar miçangas nos quilts e coisas assim. Recomendo muito, provavelmente ainda falarei muito desse livro por aqui!


Esse é um clássico do tricô, meu segundo livro da famosa EZ: Knitting Without Tears, de Elizabeth Zimmermann. Ainda não comecei a lê-lo, mas foi muito bem recomendado.


Ah, minha nossa... esse é um colírio! Royal School of Needlework Embroidery Techniques, de Sally Saunders, Anne Butcher & Debra Barret, é o livro (pelo que entendi das coisas que li pela rede) oficial da Escola de Bordados que existe até hoje na Inglaterra, patrocinada pela família real. Vocês não acham que patrocinar trabalhos manuais refinados é sinal de alto nível de civilização? Enfim, as fotos dos bordados nesse livro são absolutamente impressionantes, parecem pinturas. Um dos mais caros, por sinal. Fico feliz só de folheá-lo, quando ler um pouco mais digo o que achei.


Outro colírio! Foi por causa desse livro que comprei fitas de cetim, The Silk Ribbon Embroidery Bible, de Joan Gordon. Imagine as coisas que posso fazer usando este livro e o Crazy Quilting! Os projetos são maravilhosos, as flores de fitas... ooooohhhh que coisas lindas! Comentários mais úteis quando eu ler mais, prometo!


Na falta de Mary Thomas's, outro dicionário de pontos de bordado: The Embroidery Stitch Bible, de Betty Barnden. Eu achei as explicações fantásticas, bastante claras e detalhadas. Gostaria de fazer uma amostra com esse livro, aprendendo um ponto por dia. Mas com o tamanho da lista de WIPs, não sei... vamos ver. Seria uma boa idéia, não?


E por fim, a Encyclopedia of Needlework, de Therese de Dillmont. Este livro eu não sabia bem se comprava ou não... ele foi escrito há mais de cem anos, e cobre diversas técnicas de trabalhos com agulhas. Eu estava na dúvida sobre comprá-lo porque li em vários comentários na Amazon que a qualidade das ilustrações era bastante ruim. Perguntei ao Vince, do Works of Hands, se ele achava que valia a pena (ele também tem o Works of Hands' Library, onde mostra a IMENSA coleção de livros que tem, e este estava lá). Ele disse que, apesar de não ser um livro que explica as coisas minuciosamente, era de grande valor e deveria fazer parte da biblioteca de todos que levassem seus bordados a sério. Imagine se isso não soou como um desafio? heheheh Bom, Méri também consulta a versão online do livro com certa frequência, então pensei "ora, bolas" e comprei.

Um aviso pra você: NÃO COMPRE ESSE LIVRO! É a edição mais recente, mas, inexplicavelmente, TODAS AS ILUSTRAÇÕES FORAM EXCLUÍDAS! Quando comecei a olhar o livro, não sabia o que fazer. Depois cheguei à conclusão de que ele não me serviria assim. Pensei até em imprimir as imagens da versão online e deixar junto, mas... convenhamos, se comprei a edição impressa para facilitar o aprendizado, isso não iria funcionar. De forma que fui ao site da Amazon e pedi para devolver o livro.

A Amazon é uma empresa com muitos anos no mercado (uns 10, pelo menos, certo?), e seu sistema é bastante confiável. Para devolver um livro você entra na página, escolhe o livro que quer devolver do seu pedido, informa o motivo, imprime um código de barras e um endereço para colar no pacote e manda de volta. Simples assim.

Terminada a preparação, corri até o posto de correio mais próximo de casa - tive que sair correndo porque saí mais cedo do trabalho para poder chegar lá antes que o correio fechasse (os horários são péssimos). Quando cheguei lá, pedi à atendente a forma mais barata de envio para os Estados Unidos. Ela disse "36 reais" (mais de 15 dólares). A minha grande sorte foi que eu não tinha esse dinheiro na carteira, e o correio não aceita cartão - eles não facilitam muito as coisas, não é?

Quando cheguei em casa, fiquei pensando: e se quando o pacote chegasse lá a Amazon dissesse que na descrição estava escrito que não havia ilustrações (vi isso depois), e que portanto não me reembolsaria do frete? Escrevi então explicando que para devolver o livro eu gastaria uns 15 dólares, e que só o faria se tivesse certeza do reembolso. 15 dólares é outro livro, sabe?

O que a Amazon fez? Ah, imagine... Concordaram que o frete era muito caro, disseram que sentiam muito o problema que aconteceu, e por isso me reembolsariam do valor do livro, mais o frete, e eu NÃO PRECISARIA MANDÁ-LO DE VOLTA.

Sabe quantas empresas me tratariam bem assim aqui no Brasil? Muito poucas, eu garanto. Por isso continuo sendo cliente da Amazon, muito embora o frete internacional seja caro - mas eles sempre têm os livros que quero, e geralmente, mesmo com o frete, acabo pagando menos do que se usasse uma loja nacional. Vá entender.

Você não está morrendo de vontade de saber o que vou fazer com tudo isso agora? :)

domingo, 14 de março de 2010

Louca por tricô

Nos últimos tempos, ando louca por tricô. A culpa, em parte, provavelmente é da minha amiga L., que me apresentou à lista Crazy Knitting Ladies - que apesar do nome em inglês, é principalmente formada por brasileiras. (há algumas pessoas de outros países, se não me engano, e também alguns rapazes, coisa rara no mundo do tricô)

A quantidade de mensagens por dia é imensa - às vezes apenas gente parabenizando outros pelos trabalhos que terminaram. Outras vezes aparecem links para receitas, dúvidas, e coisas assim.

Ainda estou trabalhando no meu primeiro projeto de tricô, a bolsa marrom que já mostrei aqui. Mas como ela é meio grandinha, demora pra terminar. Na verdade, eu estava meio cansada de só trabalhar nos meus WIPs, estão demorando muito pra ficar prontos. Aí resolvi fazer algo pequeno e rápido para o A Make a Month. Ia fazer um projeto novo de costura, até fiz o desenho - mas as agulhas me chamaram! Então lá fui eu procurar uma receita pequena no Ravelry.

Pra quem não sabe, Ravelry é uma comunidade de pessoas que fazem tricô (e crochê). É um sucesso, diga-se de passagem. Lá você encontra receitas gratuitas e pagas, e eu precisava de algo grátis, fácil e rápido. Encontrei muita coisa legal, que já coloquei na lista de projetos que quero fazer do próprio Ravelry. Esse aqui parecia ser exatamente o que eu queria:

 

Um alfineteiro! Não é uma graça?

O problema dessa receita (Peyote Pincushion, de Iryna Klionava) é que ela usa um jogo de quatro agulhas de duas pontas, que eu não tinha (repare o verbo no passado - acabei de receber um pacote pelo correio...). Então pensei: o mais importante agora é a) fazer um projeto que termine rápido e b) usar algo que eu já tenho, seguindo as regras do A Make a Month.

Então resolvi fazer um quadradinho simples, com uma linha para crochê. Isso mesmo, nem usei lã. Aquele fio é tão bonito, que eu queria usar de qualquer jeito. Estava aqui há tempos! Eu achava que ficaria bom se eu o utilizasse com o tear de pregos, mas ele é mesmo muito fino. Para o alfineteiro, não havia problema!

Usei as agulhas que minha mãe me emprestou e o fio Monalisa. Olha só no que deu:



O enchimento eu também já tinha (tenho um saco enorme, cheio!), então só faltava um tecido pra fazer a parte interna. Se eu simplesmente colocasse o enchimento, ele ficaria saindo pelos pontos do tricô.

Foi então que descobri que eu não tenho tecidos lisos! Comecei a comprar pedaços de tecido para fazer patchwork depois que fiz algumas aulas, e geralmente as lojas fazem kits de tecidos estampados. Acho até que fazem kits de tecidos lisos, talvez não tenham chamado minha atenção... mas o fato é que eu queria um tecido branco, liso, para que as cores do tricô aparecessem mais.

Aí me lembrei: no ano passado, quando fui a uma feira de patchwork, comprei um tecido em faixas - aqueles tecidos que têm faixas de estampas, combinando. Quando cheguei em casa e fui olhar as compras com mais cuidado, percebi que uma das faixas tinha uma falha na estampa, e uma marca de sujeira que não saiu mesmo depois de eu ter lavado. Na época, liguei várias vezes para a loja, mas eles disseram que o tecido estava esgotado no fornecedor, e que eu podia ir até lá e escolher outra coisa para trocar. Só que a loja fica do outro lado da cidade, e em São Paulo isso é muita coisa! Então acabei desistindo da troca, eu já havia pago pelo tecido e ainda teria que pagar para fazer a troca?

Agora adivinhe qual a cor do tecido... isso mesmo, branco! Então cortei exatamente a faixa com a falha para fazer a parte de dentro do alfineteiro.



O tecido parece ser algodão comum branco, estampado também com desenhos em branco. As estampas parecem ser pintadas sobre o algodão, o que fez com que o lápis de costureira não apagasse no lado direito. Imagine se eu tivesse cometido esse erro em outro projeto... eu não ficaria nada feliz com a marca amarela aparecendo no meu patchwork! Lição aprendida, sempre risque o tecido do lado avesso (eu já deveria saber disso...).

Cortei um retângulo, costurei à máquina (SIM! Usei minha querida maquininha!) e deixei uma abertura. Virei do lado direito, coloquei o enchimento e fechei a abertura à mão.



Também costurei à mão o tricô. Simples, rápido e usei várias coisas que estavam encalhadas por aqui.

Dá pra ser melhor que isso?